O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) 
rejeitou nesta segunda-feira (9) recurso apresentado pela Advocacia Geral da 
União (AGU) que pedia 
a retomada da divulgação dos salários dos servidores federais dos três 
Poderes na internet de forma individualizada. A decisão foi tomada pelo 
presidente da Corte, desembargador federal Mário César Ribeiro.
Na última quinta (5), oito dias após o Portal da Transparência liberar a 
consulta aos vencimentos de cada funcionário público da União, a Justiça Federal 
mandou suspender a publicidade dos contracheques. A iniciativa de transparência 
havia seguido orientação da nova Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor 
em 16 de maio.
Em seu despacho, o desembargador alegou que a decisão do 
juiz federal da 22ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal “não acarreta 
grave lesão” à legislação de transparência. Como o assunto teria “grande 
interesse público”, o presidente do TRF-1 considerou ser “sensato” manter a 
decisão da primeira instância até que seja analisado se a exposição dos salários 
do funcionalismo fere garantias individuais.
Até a publicação desta reportagem, a AGU ainda não havia decidido se iria 
recorrer da decisão. Na ação que pretendia suspender a liminar, os advogados da 
União argumentavam que a proibição era "incabível".
Segundo o órgão, a 
divulgação das remunerações atende à Lei de Acesso à Informação e ao decreto que 
a regulamentou. Para a AGU, expor a remuneração na rede não violaria a 
privacidade nem a segurança dos servidores públicos.
Portal da Transparência
Antes de a Justiça embargar a 
publicidade dos vencimentos, qualquer cidadão podia acessar, por meio do site do 
Portal da Transparência, o salário dos servidores a partir do nome, CPF, órgão 
de exercício ou de lotação, função ou cargo.
Atualmente, o site traz a 
seguinte mensagem: "A consulta 'Remuneração dos Servidores' está temporariamente 
suspensa por decisão judicial". Recado semelhante está exibido na página do 
Supremo Tribunal Federal.